O BULLYNG E SUAS MARCAS

O Bullyng deixa marcas que são carregadas às vezes em silêncio por toda vida, inúmeros estudantes estão a sofrer com estas torturas psicológicas e não partilham com sua família. Evento este que passa a ser recorrente em seus pesadelos, aflorando a angústia, o medo, o pavor de novamente serem o alvo da maldade do agressor.
Estes traumas são os geradores dos sentimentos de inferioridade, rejeição, medo, desamor e o rebaixamento da auto estima.
A forma como cada um reage a estas vivencias é que determinará as marcas das mesmas. As crianças e adolescentes, que dividem seus sofrimentos e recebem suporte nestes momentos, por certo terão mais facilidade de superá-los. Os que não compartilham a dor e a humilhação, reprimidas, fermento se tornarão e o dano poderá ser terrível.
Nossas escolhas são pautadas por nossas crenças, valores e, a imagem que temos de nós mesmos. Se a crença for de um mundo assustador, tendo a imagem de si própria, desqualificada, as escolhas por certo, serão as menos desafiadoras e com menor brilho.
Motivados pelas dificuldades nos relacionamentos afetivos, ou no campo profissional, muitas pessoas vão para o divã do psicoterapeuta e passam a compreender que, as causas são os traumas psicológicos, ainda presentes, limitando suas vidas.
Por mais que o tempo passe, as cicatrizes das humilhações sofridas permanecem no porão de nossa memória, a determinar a qualidade de nossos relacionamentos afetivos, enquanto estes traumas não forem removidos.
Aos pais e professores, um alerta, é imprencidível termos o olhar carinhoso e o diálogo amoroso, com nossas crianças e adolescentes, principalmente se houver alterações comportamentais tais como: crises de choro no retorno da escola, tendência ao isolamento, perda de apetite, queda no desempenho escolar, queixas constantes de dores físicas no horário escolar, como impedimento para não comparecerem à escola.
É momento de nos mobilizarmos para combater os fantasmas da violência que vive a atormentar nossos estudantes, promovendo campanhas e debates sobre o tema. Exigir das autoridades competentes, medidas severas; preparar professores e pais para ajudarem estes aprendizes a liberarem o grito reprimido; a semear a coragem onde houver medo; a plantar o sorriso da liberdade onde houver um coração aprisionado.


Autoria: Claudete de Morais
Psicóloga CRP 12-01167
Fonte: Jornal Página 3
Data de publicação: 7 de maio de 2011