Olhar... Olhar e não enxergar.
Ver a natureza, sem se emocionar.
No piloto automático ficar.
Robotizados, assim a vida levar.
Pacotes de imagens,
Engessadas ficam,
Sem se alterarem.
A registrar:
O cotidiano achatado pela rotina.
Automatizados permanecem;
Homens e mulheres,
Com olhos no futuro,
O desejo é no avançar.
Buscar, buscar, cada vez mais,
Com medo de endoidar.
Olhar e não ver,
O verde das matas a reluzir.
Os troncos das arvores a entrelaçar;. Num casamento perfeito, a seduzi;. A natureza está a orquestrar
A mais bela sinfonia a enlevar.
Pássaros e borboletas estão a bailar.
Como o orvalho nas folhas a reluzir.
No aqui-e-agora ficar.
No silêncio deleitar;
Com ele se emocionar;
Com a vida vibrar.
Na calmaria mergulhar,
Na quietude se encontrar.
Neste encontro deslumbrar,
O segredo desvendar
Que o buscar frenético
Não é pelo dinheiro ou poder.
É para fugir do ser
Do ser, que não quer ser.
É dispersar do que se agita.
Do que rejeita, não se aceita.
Que busca fora, a luminescência;
Brilho este que já tem.
No vazio meditar.
No silêncio se apaixonar.
Na magia extasiar.
No magnetismo da quietude se transformar.
Sentir o perfume do verde da mata,
O cheiro da terra molhada.
Ver o sol transformar o verde em prata.
Na melodia dos pássaros, dançar.
Olhar para o conhecido;
Que desconhecido parece.
Novo olhar, nova fulgência.
Um novo ser floresce.
O corpo a pulsar,
A emoção a borbulhar, No coração o amor a fervilhar
Do ser, que apenas quer ser.
Fiel ao seu próprio ser.
Amor, reflexo da aceitação;
Valorização pelo seu próprio ser.
Novo olhar!
Novo prazer!
Novo viver!
Surge um novo ser!
Autoria: Claudete de Morais.
Psicóloga
Doutoranda em Psicologia Clinica
CRP 12/01167