Esta sacola não é minha!

No divã do consultório, as queixas borbulham permeadas de preocupações e angustias. Preocupações que tomam conta, desencadeando irritação, medo, frustração. O que fazer! Como resolver! A angústia sempre está relacionada ao olhar crítico e enfático de si mesmo e, a cobrança do outro.
A cada dia aumenta o número de pacientes que trazem no peito esta angústia, esta cobrança interna e externa. Estão sempre a dar ao outro, um poder que na verdade eles não possuem, porém o sentimento é de ser observado, julgado. O outro é apenas o espelho de seu próprio “EU,” que está fragilizado pelo sentimento de culpa, medo e frustração.
A sociedade esta a fervilhar com inúmeras oportunidades, avanços tecnológicos, milhões de informações a todos os momentos, tudo é muito veloz. Diante deste quadro muitas vezes o individuo não sabe o que fazer, quer avançar, mais sente que está tolhido, atado às suas próprias dificuldades.
Ao investigar analiticamente as correntes que o aprisionam, descobre os laços que o detêm, são os vínculos da dependência afetiva. Dependência esta, que cerceia sua liberdade, induzindo-o a buscar constantemente a aprovação, reconhecimento, a comprovação de que é amado.
Diante da dúvida de ser amado ou não, frente a sua própria ambivalência de ser bom e, em outros momentos não; do conflito entre o ego ideal e o ego real, aflora a necessidade de a sacola do outro carregar, para aplausos ganhar.
Sacolas e mais sacolas, fardos pesados, que sufocam detonando o crescimento deste ser. Ao sustentar tamanho fardo, sem se dar conta do verdadeiro ônus, ele absorve do outro, cargas emocionais, revestidas de responsabilidades e compromissos.
Frente às frustrações de suas tarefas, brota o sentimento de culpa e revolta. Ao mergulhar no mar da culpa, puxa pelo chicote do auto flagelo e, com ele faz justiça com suas próprias mãos. O tormento toma conta, pensamentos intrusivos ficam a pipocar, impulsionando a tomada de atitudes, para a culpa aliviar. Tenta reparar, na busca de mais sacolas, gatilhos irá acionar e mais sofrimentos provocar.
Com olhar cansado, costas curvadas, esta a carregar um fardo que não lhe pertence, mas que insiste em carregar. A tendência é outras sacolas de culpas buscar para mais fardo carregar.
É chegado o momento de gritar:
BASTA!!! BASTA!!!
Esta sacola não é MINHA, este fardo não é MEU.
Ao dono, a sacola entregar, para o fardo carregar.
A vida bem mais leve será se só sua sacola carregar,
Ao se libertar dos vínculos da dependência,
Um novo ser, surgirá.
Descortinará seus talentos, e em si mesmo confiará.
Do prazer de ser livre desfrutará.
Finalmente com prazer!!
As suas sacolas, carregará.

Autoria, Produção e Publicação.
Claudete de Morais
Psicóloga - CRP 12/ 01167

Problemas comportamentais no retorno à escola

Muitas crianças apresentam problemas comportamentais no retorno à escola. Como os pais devem proceder? Saiba mais assistindo a entrevista realizada pela TV Mocinha com Dra. Claudete.

BIPOLAR: Mudanças extremas e sérias de humor

Todo mundo pode um dia estar explodindo de felicidade e, no outro, acordar querendo matar o primeiro que cruzar em sua frente. No entanto, para quem sofre de Transtorno Bipolar, as mudanças de temperamento são mais extremas e sérias às experimentadas pelas pessoas comuns. Para a psicanalista Claudete de Morais, é preciso muito critério para avaliar e diagnosticar essa doença, por isso é necessário buscar ajuda de um psiquiatra e do psicoterapeuta. "Oscilações de humor são normais, porque vivemos entre as polaridades, o bem e o mal, o certo e o errado; mas sempre com equilíbrio, o bipolar não tem esse equilíbrio", analisa.
Nesta fase de mania ou depressão, a pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e vive num ritmo acelerado, assumindo comportamentos extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente. As causas, que podem ser biológicas, genéticas e sociais, ainda não são inteiramente conhecidas. "Pode também ser proveniente do uso de substâncias químicas. Então são dois tratamentos para o transtorno e para a dependência. É um dos quadros mais difíceis de tratar", aponta a psicanalista do alto de seus 20 anos de experiência clínica.

Sabe-se que os transtornos bipolares estão associados a algumas alterações funcionais do cérebro que possui áreas fundamentais para o processamento de emoções, motivação e recompensas. Outro componente envolvido com os transtornos bipolares é a produção de serotonina no tronco-cerebral, uma substância imprescindível para o funcionamento harmonioso do cérebro. "E uma doença muito séria, pois é comum vir acompanhada de ideias suicidas.

Pode limitar profundamente e causar muito sofrimento para o doente, a família e os amigos. É preciso tratamento medicamentoso e psicológico para dar suporte a todo grupo que convive com o bipolar", orienta.

Sintomas do transtorno bipolar:

Uma pessoa com transtorno bipolar sofre alterações de humor, desde mania até a depressão, com períodos de "normalidade". Essas alterações duram de semanas a meses.
Durante a fase de mania, a pessoa pode sofrer dos seguintes sintomas:
Sentir-se como "no topo do mundo" eter abundância de energia,
Falar e pensar rapidamente
Pensar que é invencível
Ter comportamentos imprudentes ouperigosos para si e outros ao redor
Ter delírios de fama e grandeza
Sofrer de falta de sono e irritabilidadeexageradaSintomas durante a fase depressiva:
Tristeza profunda
Perda de todo o interesse em outraspessoas e atividades usuais
Sentimento de cansaço contínuo
Dormir mais que o comum ou ter insônia
Queixa de dores inexplicáveis
Risco de suicídio
Causas do transtorno bipolar:

As causas do transtorno bipolar são incertas, porém há fatores conhecidos por desempenharem papel no risco para nessa doença mental, como:
Hereditariedade
Alterações químicas
Estresse



Fonte: BIPOLAR: mudanças extremas e sérias de humor. Bem Estar, Itajaí, n.20, p. 12, 2009.

Problemas no relacionamento são os campeões no Divã


A psicoterapeuta Claudete de Morais conta que a grande dificuldade das pessoas que a procuram, está ligada ao relacionamento, "mas essa dificuldade na maioria das vezes já vem lá do início da vida, do próprio relacionamento familiar, que se não foi bem elaborado, provavelmente reflete na dificuldade de um relacionamento harmonioso com futuros companheiros na vida adulta".O relacionamento 'ideal', segundo ela, é a relação amorosa independente. "Cada um levando sua vida, respeitando o direito de ir e vir do outro, sem posse, sem ciúme doentio, com transparência, respeito, cumplicidade, diálogo e claro, a química, a libido aflorada, a atração física, que tem que existir", enfatiza Claudete.
A falta de diálogo é o carro chefe para os atendimentos realizados com casais, a chamada 'terapia de casal' e o trabalho pode surtir resultados muito positivos, se as duas partes estiverem dispostas a (ré) construir a relação.
O que acontece muito é que o casai não se comunica mais, e quando um fala, o outro já é agressivo e então nem se fala mais, nem se conta mais as conquistas, as coisas boas por medo da reação do (a) parceiro (a) e acabam ficando nos assuntos banais e claro, isso afasta cada vez mais.

"Os problemas no relacionamento iniciam por falta de comunicação e se constrói uma barreira invisível e o distanciamento fatalmente vai acontecer".Outra questão frequente, continua Claudete, é que os casais trazem problemas de terceiros, que se misturam à relação e a terapia entra como um aprendizado de como falar com o parceiro e dentro do consultório eles sentem-se encorajados a falar. "Aprendem também a separar o que é deles e o que é dos outros. O que posso afirmar é que, se existe amor, existe a possibilidade da relação ser construída, mesmo que o casal pense que não", encerrou a psicoterapeuta.




Fonte: Entrevista cedida ao jornal Página 3 por Claudete de Morais do dia 6 de junho de 2009