O JULGAMENTO

Olhar assustado, coração apertado, na mente um alerta, o sentimento é de ser julgado. Ser que julga; julgado é, pelo juiz mais severo, que é ele próprio. Este é um mecanismo desenvolvido por muitas pessoas, que passam a ter um padrão comportamental, voltado para a autopunição.
A busca inconsciente pela auto tortura é desencadeada, por cobranças internas, produzidas pelo forte nível de exigência consigo mesmo e sentimentos persecutórios, de ser julgado e cobrado, pelos demais. Na maioria das vezes, estas cobranças externas não existem, são apenas projeções das pressões internas, que podem ser decorrente de um processo de construção e desenvolvimento do ser, muito repressivo e cobrador.
O sentimento de culpa é o grande motivador de tanto julgamento, culpas que possivelmente foram por ele mesmo construídas, Por ter um olhar muito crítico e acreditar que sempre deve o outro agradar. Mediante à situações frustrantes existe sempre uma tendência de a culpa buscar, para em sua sacola colocar, mesmo que não lhe pertença.
O que fazer com este sentimento de angústia e tortura? Uma couraça passa á construir, para com ela se defender, na cabeça mil pensamentos que mais parecem fagulhas, prontas para incendiar. Diante de qualquer estimulo provocador, o ser certamente irá o fogo atear e a raiva vomitar.
Novos ou velhos conflitos ocorrerão, surge então a cobrança real, onde crucificado possivelmente o ser será. Mediante tal julgamento, a punição provocará o rebaixamento da sua autoestima, não sabendo o que fazer com tamanha tortura, passa a sentir pena de si mesmo e o sentimento de vitimização aflorará. Muitas vezes sem ter consciência está a repetir modelos incorporados de figuras parentais.
O ser vitimizado apresentará uma tendência a permanecer no sofrimento, pois este será o seu gozo, a forma de chamar a atenção e obter carinho. Este é um processo inconsciente, mas que o levará a mergulhar no mar das contradições, das tensões, tristezas, o que contribuirá para o desencadeamento de doenças psicossomáticas.
As doenças psicossomáticas são decorrentes de um estado emocional alterado, produzidos pela insatisfação, frustração, estresse, dificuldade em lidar com as emoções. Quando estas emoções estão engessadas, o corpo realiza esforços constantes para ter o equilíbrio, quando não obtém, os vírus da culpa, do medo, da tensão, invadem e adoecem o organismo humano.
A busca pela libertação deste quadro dependerá do entendimento dos mecanismos adotados, em um processo de autoconhecimento. Na quebra destes padrões comportamentais e na construção de novos, respaldados na crença em si mesmo, em sua capacidade de administrar as emoções, aprendendo a se respeitar, amar e, ser amado.

Fonte: jornal PG3, data -17.03.2012, matéria redigida por Claudete de Morais, Psicóloga: CRP 12/01167

5 comentários:

Anônimo disse...

Um artigo mt bem escrito... Realmente demonstra oq ando sentido e me ajudou a entender melhor lendo este artigo.
Continue escrevendo.... bjos

Anônimo disse...

Primeiramente temos que aprender a se respeitar, amar, e ser, amado.

carla disse...

Otimo artigo ! Adorei

Susana Coninck disse...

Claudete como sempre teus artigos muito bem escritos! Grande beijo! Susana

Nilza disse...

Ola doutora me ajude pelo amor de Deus, minha filha tem 7 anos e nunca parou de fazer xixi e coco na roupa nao sei mais o qur fazer, brigar nao adianta mais me culpo as vezes achi que nao consigo gostar dela pot causa disto, me sinto culpada onde estou errando? Pq ela faz isso ? Me ajude a entender ela