Esta sacola não é minha!


No divã do consultório, as queixas borbulham permeadas de ansiedade e temor. A angústia sempre está relacionada ao olhar crítico e enfático de si mesmo e, a cobrança do outro. Estão sempre a dar ao outro, um poder que na verdade eles não possuem, porém o sentimento é de ser observado, julgado. O outro é apenas o espelho de seu próprio “EU,” que está fragilizado pelo sentimento de culpa, medo e frustração.
​Avanços tecnológicos estão a fervilhar com inúmeras oportunidades milhões de informações a todos os momentos, tudo é muito veloz. Diante deste quadro muitas vezes o individuo não sabe o que fazer. O desejo é avançar, mais sente que está tolhido, atado às suas próprias dificuldades. Ao investigar analiticamente as correntes que o aprisionam, descobre os laços que o detêm, são os vínculos da dependência afetiva. Dependência esta, que cerceia sua liberdade, induzindo-o a buscar constantemente a aprovação, reconhecimento, a comprovação de que é amado. Diante da dúvida de ser amado ou não, frente a sua própria ambivalência de ser bom e, em outros momentos não; do conflito entre o ego ideal e o ego real, aflora a necessidade de a sacola do outro carregar, para aplausos ganhar.
​O crescimento do ser é cerceado pelos fardos pesados, que o sufocam, frente às suas frustrações brota o sentimento de culpa e revolta. Ao mergulhar no mar da culpa, puxa pelo chicote do auto flagelo e, com ele faz justiça com suas próprias mãos. A tendência é outras sacolas de culpas buscar, para mais fardo carregar.
​É chegado o momento de gritar :BASTA.. BASTA! Esta sacola não é MINHA, este fardo não é meu. A vida bem mais leve será se, apenas sua sacola carregar. Ao se libertar dos vínculos da dependência, um novo ser surgirá. Descortinará seus talentos e em si mesmo confiará. Do prazer de ser livre desfrutará. Finalmente com prazer as suas sacolas carregará.
Autoria Claudete de Morais.

2 comentários:

Anônimo disse...

texto fascinante!!!!

Anônimo disse...

parabéns pelo texto Claudete, muito reflexivo...