Educação não violenta!

Educar fala muito sobre nós. Sobre as nossas dores, as nossas alegrias, a nossa infância, a nossa solidão. O grito fala sobre a nossa sobrecarga, sobre a rotina que atropela, sobre o estresse no trabalho, sobre sonhos desfeitos. As palmadas falam sobre a nossa falta de estratégias, sobre a nossa pouca capacidade de diálogo. A capacidade de aprendizado da criança não acaba, a nossa regulação emocional sim. E o descontrole, a falta de habilidade de lidar com a raiva, a vontade de fugir da frustração saem em forma de berro e tapa. E dizer que a dor de quem bateu é maior que a de quem apanhou fala da incapacidade de assumir a responsabilidade pelo que fazemos, pelo que sentimos e vivemos. É mentira dita pra não desabar. O "Para de chorar" fala de nossos choros presos. Das lágrimas que acumulamos desde a infância. Dos abraços que não recebemos, do acolhimento que não sabemos de onde tirar porque não o temos dentro de nós. Das lágrimas que queremos derramar pelos planos frustrados, pelo cansaço, pelos dias que parecem repetições de um filme ruim, pela falta de rede de apoio. A falta de tempo para escutar os nossos filhos fala sobre as palavras que engolimos, sobre incapacidade de escutar a si, sobre o padrão social de desconsiderar o poder do diálogo. Sobre o nosso próprio silenciamento. Não é sobre eles. Os comportamentos das crianças são gatilhos para as dores que já estão em nós. Os nossos comportamentos são responsabilidade nossa. E enquanto a gente oscila entre culpar as crianças terríveis e difíceis que trouxemos ao mundo e culpar a nós mesmos - culpa e responsabilidade não são a mesma coisa e nós não precisamos da primeira - não aprendemos a reconhecer e lidar com esses gatilhos. Não aprendemos a nomear as nossas dores e não descobrimos estratégias para lidar com elas. Educar fala sobre nós. Sobre nossas limitações, sobre as nossas potencialidades. Educar é escola, é crescimento, é aprendizado. Educar pode ser fonte de transformação: nossa, deles, do mundo. Educar é autoconhecimento e cura. Não é sobre punições e estrelinhas de bom comportamento. Fala muito mais sobre nós que sobre eles. No próximo grito, no próximo descontrole, na próxima impaciência, escute a si mesmo. O que o seu comportamento tem falado sobre você?


Texto: Elisama Santos.

COMO ESTÁ SUA MEMÓRIA? VAMOS PRATICAR MALHAÇÃO CEREBRAL?

Fazer exercícios de raciocínio pelo menos uma vez ao dia ajuda na renovação das conexões neuronais. É como se o cérebro fosse um músculo e a “malhação” estimulasse o órgão a criar novas ligações entre os neurônios, aumentando o número de estradas pelas quais as informações podem trafegar dentro do cérebro.


Realização Pessoal - por Marcelo Mello


Estamos atravessando tempos difíceis. Todos nós. Não importa a idade, posição social, nível cultural, nada disso tem importância diante do que está ocorrendo na sociedade.
É fato que as pessoas estão procurando algo que não irão encontrar. Isso para falar sobre os que procuram alguma coisa porque boa parte da sociedade não procura nada.
Mas é fato que todo ser humano desse planeta deseja duas coisas, isso eles têm em comum: Querem dinheiro fácil e coisas de graça.
Assunto para outro papo, pois não é esse o foco central desse texto. Minha preocupação é com o destino dessas pessoas que estão perdidas. Sim caro leitor, tenho a pretensão de mudar o mundo. Claro, não sou tão louco assim, mas posso fazer algo em um pequeno universo. E quer saber? Já dei um passo importante e inimaginável para mim há um ano.
A necessidade que se faça alguma coisa beira à emergência. Para onde você se vira cruza com alguém que está desesperadamente sem rumo.
Isso era previsível. Com o avanço dessas malditas redes sociais que ditam regras sem sentido de comportamento, do igualmente estúpido comportamento politicamente correto, aquilo que chamo de hipocritamente correto, as pessoas se tornaram um tanto quanto superficiais, descartáveis e, por que não dizer, se tronaram aquilo que nunca quiseram ser.
Fingem ser o que não são, fingem ter o que não têm, fingem felicidade, fingem ser educados, certinhos, pior, tentam agradar todo mundo sem perceber que isso, além de ser impossível, significa se desagradar completamente.
Multiplique esse comportamento destrutivo e sem nexo por alguns anos e terá a situação atual.
O que fazer? Só constatar não dá. É preciso fazer alguma coisa efetiva e objetiva a fim de que esse processo seja interrompido.
Bom, algumas coisas são necessária e não é o apertar de um botão, é um processo que demandará certa dose de paciência e comprometimento. Leva tempo, mas tem que ser iniciado.
Em minha opinião digo que duas coisas são as mais importantes:
Educação, claro, tudo começa por lá. Há que se ter uma educação em que seja possível a criança e o adolescente desenvolver um comportamento criativo. Estou falando em comportamento criativo e não criatividade pontual. Tem que ser algo permanente e profundo.
Realização pessoal: Não dá mais para viver preparando as pessoas para serem aquilo que os pais querem que elas sejam. Simplesmente não dá. Os adolescentes sofrem uma pressão desumana. E muitas vezes essa pressão é para que eles estudem e trabalhem em algo que, em algum momento, frustrouos pais. Evidentemente que não posso escrever aqui muita coisa a respeito, mas em resumo é assim. Os pais querem que seus filhos sejam uma de duas coisas: Ou o que eles foram ou o que eles não foram.
Isso não vai funcionar. É óbvio que essa quantidade de adultos frustrados e problemáticos que temos atualmente é consequência desse tipo de coisa.
Realização pessoal é algo sério. Não tem nada a ver com dinheiro. Que fique claro, afinal, todo mundo só pensa em ter e não ser. Realização é pegar um caderno em branco, escrever e desenhar sua própria história.
Enquanto não se mexer nessa ferida de modo profundo, a coisa só vai piorar e com a velocidade do mundo de hoje, em breve teremos jovens frustrados e igualmente problemáticos.
Ah, já está acontecendo? Então estamos bem atrasados. Melhor começar mexer nisso agora mesmo!

“Educar Pressupõe Sempre Desagradar À Criança”, Diz Psicóloga Rosely Sayão


Especialista acredita que o excesso de zelo adia a conquista da maturidade
Especialista em questões relacionadas à família e à escola, a psicóloga paulistana Rosely Sayão acredita que as crianças estão sendo educadas sob o peso da superproteção, o que as desconecta da realidade. O excesso de zelo também dificulta o desenvolvimento da resiliência, a capacidade de resistir às adversidades e empurra para mais tarde a conquista da maturidade.

Para Rosely, falta aos pais, preocupados em demasia com um futuro de sucesso para os filhos, um olhar focado no presente.
— A gente perde de vista o filho como ele é hoje. Quem é o meu filho? Do que ele gosta? Do que ele não gosta? Quais são os talentos dele? Quais são as impossibilidades? Algumas delas a gente pode superar? — pergunta-se a psicóloga, colunista da Folha de S.Paulo e da Band News FM.
Confira os principais trechos da entrevista.
Você aponta a superproteção dos filhos como um estilo dos pais hoje em dia, independentemente de classe social, econômica e cultural. Onde isso fica mais evidente?
Em todas as situações que envolvem essa neurose de segurança que a gente adquiriu: filho não sai sozinho, na esquina, na padaria, não usa transporte público. Há adolescentes que usam sem os pais saberem, mas não para ir para a escola. Para ir para a escola, ou tem perua, ou o pai leva e busca, e eles vão ficando um pouco distantes da realidade. Em casa, eles são muito poupados dos afazeres domésticos com que poderiam contribuir, sempre acham que tem alguém que faça. A gente não tem ensinado para os filhos que tudo tem um processo com começo, meio e fim. Por exemplo, ir a um aniversário. Tem o antes, que é pensar na pessoa, pensar no presente, sair para comprar o presente, pedir para os pais se pode ir, perguntar se os pais podem levar e buscar. Depois tem a festa, o desfrute, e depois da festa tem de ver quem vai buscar. Tudo fica com os pais e, para os filhos, é só ir à festa. Tomar banho é a mesma coisa: é só entrar debaixo do chuveiro. Não tem a organização da roupa e do banheiro, enxugar o banheiro. Nada disso, para os filhos, faz parte desse processo. Isso tudo é superproteção.
É comum os pais se colocarem contra a escola, atacando o professor ou o método de avaliação para defender os filhos.
Exato. Às vezes, os filhos reclamam de um colega e os pais vão tomar satisfação com os pais do outro colega. Briga entre crianças sempre vai acontecer, e elas são capazes de resolver. Quando não são, a escola tem de dar conta se elas estão lá. Mas os pais querem resolver tudo, metem-se na vida escolar dos filhos muito intensamente. A escola deveria ser a primeira batalha que a criança aprende a enfrentar por conta própria. Os pais estão com a ideia de que ir bem na escola, passar de ano, ser exitoso é um índice de que eles são bons pais. Eles fazem tudo para que isso aconteça. Os filhos vão aprendendo que “se tem problema, meus pais resolvem”.
A imaturidade é a principal consequência da infância e da adolescência poupadas de percalços?
A maturidade vai ficando mais tardia. Hoje, muitas empresas reclamam demais da falta de compromisso dos seus funcionários mais jovens, uma geração que já foi criada assim. Se o chefe dá uma bronca, o funcionário já quer sair do emprego. Os pais, resolvendo tudo, não colaboram para que o filho construa a resiliência, que é a capacidade de resistir às adversidades, de cair e levantar, de tropeçar, machucar o joelho, fazer o curativo e seguir em frente. O mundo das crianças pequenas é absolutamente irreal. As escolas privadas são obrigadas a limpar a areia semanalmente, os móveis não têm cantos, é tudo arredondado. As crianças não podem vir da escola machucadas que os pais reclamam. Esses pequenos incidentes fazem parte da adaptação ao mundo. É contraditório: a gente diz que os pais não dão limites, mas as crianças estão limitadas em demasia. Não pode isso, não pode aquilo, não pode aquele outro. E como é realidade da vida que dá os limites, aí, elas não reconhecem esses limites.
Qual é a maior angústia dos pais atualmente?
O sucesso dos filhos a qualquer custo, o que tem custado uma formação deficitária. O sucesso futuro retira um pouco o presente da vista dos pais. A criança e o adolescente estão no presente, não é pensar só no futuro. A gente deveria substituir aquela famosa e malfadada pergunta “o que você vai ser quando crescer?” por “o que você quer ser antes de crescer?”, para eles terem a ideia de que são alguma coisa agora.
Outro lado que o sucesso no futuro tem provocado é a formação dos valores, da moral, da ética, dos princípios. Está todo mundo focado em “meu filho tem de ter um bom emprego, ganhar bem, ter conforto”, mas, se ele não for uma pessoa de bem, vale a pena? Essa é a pergunta que a gente tem de se fazer.
É excessiva a procura por psicólogos, psicopedagogos, neurologistas? Os pais estão com dificuldade de entender os filhos? A solução para eventuais dificuldades e problemas é muito “terceirizada”?
Às vezes não há nada de errado. É preciso lembrar do que os estudiosos têm chamado de medicalização da vida. Olhamos a vida pela lógica médica, e a lógica médica tem a saúde e a doença, o normal e o anormal. Se não está dentro do que se considera normal, procura-se um diagnóstico para poder tratar e transformar em normal. Muitas crianças e muitos jovens têm recebido diagnósticos desnecessariamente, equivocadamente. São poucos os profissionais da saúde, de modo geral, que também conseguem resistir a essa ideologia.
Como a internet está influenciando a formação das crianças?
Vou ligar essa questão à primeira, sobre a superproteção. É surpreendente que os pais superprotejam os filhos, a ponto de não deixar ir na esquina comprar um pão, e os deixem sozinhos na internet muito precocemente. Eles esquecem que a internet é uma rua, uma avenida, uma praça pública. Talvez a criança e o jovem fiquem tão focados nisso que deem menos trabalho aos pais. A gente vai a restaurante e vê um monte de criança com celular ou tablet. A internet móvel é um “cala a boca”, “fica quieto”. Aí é que a criança aprenderia a socialização, como se comportar em locais diferentes com pessoas diferentes. Aí estaria o empenho da família na formação dos filhos. Nas crianças e nos jovens, a internet sem tutela provoca aquela ideia do descompromisso: “Posso fazer e falar o que eu quiser que não tem consequência”. Mas não é a internet em si a responsável por isso. Ela não é o único elemento a dar essa ideia para os mais novos, é só mais um.

Você sabe como funciona a Terapia EMDR em seu cérebro?

Você sabe como funciona a Terapia EMDR em seu cérebro? Descubra, nesta animação narrada por Esly Carvalho, Ph.D., conceitos básicos sobre o funcionamento do cérebro e como o EMDR age nessa incrível máquina biológica a fim de tratar e curar traumas, ansiedade, depressão, fobias e outras questões de saúde mental e emocional.
     Assista o vídeo para melhor compreensão!