Ignorar o público maduro é um desperdício de oportunidades
A segmentação é uma obsessão do marketing: esse produto é para o jovem entre 18 e 25 anos; aquele, para a mulher entre 28 e 35; e por aí vai. No entanto, quando se trata de alcançar o público maduro, a impressão que se tem é de um tsunami de estereótipos que acabam arruinando a chance de conquistar esse grupo que, com razão, não se vê representado. É como se a virada dos 59 para os 60 anos tragasse os indivíduos para uma espécie de dimensão paralela. Com frequência, vemos avôs que usam bonés de feltro e vovós com cabelos impecavelmente brancos. No extremo oposto, há campanhas que apresentam idosos correndo maratonas – embora eles existam, são uma minoria.
Muito mais importante que a idade é a atitude, o estilo de vida dos indivíduos. Some-se a isso o fato de a longevidade ter criado diferentes categorias de velhos, bastante heterogêneas: atualmente, as pessoas entre 60 e 75 anos são muito mais ativas – e uma parcela considerável com muito mais dinheiro no bolso – que as gerações anteriores.
Há marcas que estão buscando um outro caminho, que tente refletir a realidade que vivemos. Optam por uma abordagem multigeracional, que não pregue rótulos de acordo com faixas etárias. Enquanto isso, consumidores maduros se zangam e se retraem quando se dão conta de que o mercado acredita que o leque de produtos que podem interessá-los está relacionado a problemas de saúde. Pior para as empresas que ignoram essa fatia suculenta do público.
Ano passado, a gigante de publicidade McCann lançou um estudo intitulado “Truth about age” que mostra que a preocupação com o envelhecimento e o fim da vida está presente ao longo de toda a existência. Na verdade, a pesquisa mostrou que as pessoas na casa dos 20 anos são as que mais temem a morte; as que estão na faixa dos 30 são as mais preocupadas com o envelhecimento; e quem passou dos 70 é quem menos sente o peso negativo dessas questões.
Como conclusão do levantamento, há sugestões sobre como os profissionais de marketing devem repensar campanhas. Algumas delas: ir além do fator idade, porque isso não define mais ninguém; celebrar as conquistas, em vez de focar nas perdas associadas ao envelhecimento; promover a conexão entre gerações.
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