É
motivo de orgulho e satisfação contarmos em nossa região com a Revista Bem
Estar, pela sua qualidade, refinamento, oportunizando ao leitor informações e conhecimentos
significativos.
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra
metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter
brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara
lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua
maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos
assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem
choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte
de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade
infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do
vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e
santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a
normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
Fernando Pessoa
Para termos saúde física e emocional é necessário que o Sistema Nervoso Autônomo esteja funcionando bem. Saiba como você pode contribuir para a boa regulação do mesmo.
Leia o Texto.
O
Grande Regulador e Integrador: como regular o Sistema Nervoso Autônomo (SNA)
através da respiração
Thu, 17 de November de
2011.
O SNA é a parte do nosso sistema nervoso que é
responsável pela regulação de nossas funções vitais e que não estão sob o
comando de nossa vontade. O SNA é o nosso grande regulador interno. Uma área do
cérebro chamada hipotálamo é a grande integradora de suas funções.
Ele integra o que chamamos de supersistema neuro-imuno-endócrino,
constituindo uma única unidade funcional. Uma alteração em um desses sistemas
certamente afetará os outros. Por exemplo, se nos sentimos permanentemente
preocupados, frustrados, chateados e com problemas, acabaremos afetando nosso
sistema de defesa imunológico, nosso sistema hormonal (endócrino) e nos
estaremos predispostos a apresentar alguma dor, por mudanças em nosso sistema neurológico.
O SNA nos capacita a enfrentar melhor as adversidades do meio ambiente, quer
sejam estressores emocionais ou perigos reais à nossa integridade física. Cada
vez que o organismo se encontra sob ameaça, uma parte do SNA, chamado sistema
nervoso simpático, é acionado. Ele prepara o corpo para “lutar ou fugir”.
Depois que o perigo cessa, a contraparte, que se chama sistema nervoso
parassimpático, entra em ação para que o organismo volte à normalidade.
Se esse sistema não for “desligado”, por estar disfuncionado, ou por sofrermos
agressão contínua de estressores, o organismo apresentará disfunções hormonais,
hipertensão, alterações no sono, na fome, cansaço crônico etc. Por isso, para
termos saúde, é preciso que o SNA esteja funcionando adequadamente.
A acupuntura age sobre esse sistema, pois o estímulo com agulhas leva ao
cérebro impulsos que regulam a função do SNA, levando o organismo ao
equilíbrio.
A prática de meditação, ioga, técnicas de controle mental (filtrar os estímulos
exteriores que nos afligem) e técnicas respiratórias são aprendizados úteis que
ajudam também a normalização desse sistema.
Os monges e iogues estão sempre equilibrados mentalmente, passando a ideia de
que nada os afeta, e isso se deve ao fato do trabalho mental dedicado à
espiritualidade e também porque meditam longas horas por dia. E durante a
meditação há sempre o exercício de uma respiração controlada, que é favorável à
manutenção de nossa saúde.
Hoje a ciência explica os efeitos da respiração sobre o nosso sistema nervoso
autônomo e comprova como as técnicas de controle mental e respiratório
ensinadas há milênios são úteis na manutenção de nossa saúde mental e física.
Exemplo de respiração terapêutica: Respiração Pranayana. Tente
fazer esse exercício deitado sobre suas costas.
A respiração deve ser diafragmática lenta e mais profunda. Um ciclo de
inspiração mais expiração deve durar em média 10 segundos. Sendo que a
inspiração dure 3 segundos e a expiração dure 7 ou mais segundos.
Deve-se inspirar até a plenitude do pulmão, observando o abdômen se expandir
(experimente colocar as mãos sobre o abdômen para sentir seu movimento). E na
expiração, o abdômen vai murchando, levando o dobro do tempo (experimente
deixar seus lábios relaxados e entreabertos, controlando a saída do ar com sua
língua encostada no céu da boca).
Deve-se expulsar o ar dos pulmões aos poucos, de forma a controlar a duração do
tempo que o ar leva para ser expulso do pulmão.
Nesse processo de lentificar a respiração, a frequência cardíaca também
lentifica, levando ao relaxamento da mente e do corpo. Isso é usado para
controlar crises de ansiedade extrema, síndrome do pânico, cefaleias tensionais
etc.
Com disciplina de prática de
Assim como vamos à academia para condicionamento físico e não sofrermos de
dores no dia a dia, treinar o SNA através dessa técnica respiratória é preparar
o organismo para voltar ao normal com mais rapidez e facilidade, especialmente
quando for submetido ao estresse.
Portanto, precisamos urgentemente dedicar alguns minutos de nossa vida para
acionarmos esse sistema fantástico de autorregulação interna. Vivendo uma vida
plena, com a calma e a tranquilidade de um monge, com a mente produtiva e
lúcida, enfrentando de maneira equilibrada todas as atribuições da vida
moderna.
Autora: Jeanne Ming Chao, MD - CRM: 14122.
Estamos em um processo de construção contínua, muitas vezes nos
surpreendemos com nossas ações, entramos em conflitos, não aceitamos o que
percebemos, negamos ou projetamos a dificuldade. O problema não é meu e sim do
outro, como alternativa pode ocorrer uma somatização, portanto adoecemos
fisicamente. O que fazer? O desejo é de mudança, porém a mesma implica em
sairmos da zona de conforto, exige investimento, esforço, porém o mais
importante é responder esta pergunta:
Quem é você? O que você deseja realmente?
Ressaltando a importância do autoconhecimento usarei um aforismo grego,
citada por Sócrates, “Conhece-te a ti mesmo.” Este é o principio de tudo, para
encontramos a satisfação e a alegria em viver, é fundamental este conhecimento,
de quem somos.
Partindo da premissa de Freud, “Não somos apenas o que pensamos ser. Somos
muito mais, somos também o que lembramos e aquilo que nos esquecemos; somos as
palavras que trocamos e os enganos que cometemos; os impulsos a que cedemos,
sem querer”.
Somos tudo isto, desvendar o nosso próprio enigma é fascinante. No processo
terapêutico temos a oportunidade de mergulharmos em nossas contradições, medos,
inseguranças, nas raivas enferrujadas e nos desejos negados, muitas vezes estrangulados.
Comparo este processo ao de renascimento, assim passamos a olhar para o nosso
interior de forma carinhosa e corajosa. Descobrimos que somos muito o discurso
do grande outro, dos desejos da mãe, do pai, de amigos, da sociedade e muito
pouco dos nossos reais desejos.
Lembro então do grande poeta Fernando Pessoa, em um de seus poemas, pontua
“procuro despir-me do que aprendi, esquecer-me do modo de lembrar que me
ensinaram, raspar a tinta que me pintaram os sentidos e desencaixotar as minhas
emoções verdadeiras, desembrulhar-me, ser eu”.
Está é a grande conquista, ser apenas
EU. Reconhecer minhas aptidões, qualidades, desejos e deixar aflorar o ser
real. Ressaltando a importância de acreditar nas possibilidades do querer e da
busca com determinação. Fortalecer-me na crença, que serei capaz de alçar meu
legítimo voo, nas asas da liberdade reconstruindo minha história!!
Claudete de Morais – CRP 12/01167
Doutoranda em psicologia clínica.
Ivan Izquierdo: “somos aquilo que
decidimos esquecer”
Publicado em 14 de setembro de 2017
É a memória que vai ajudar que
o mesmo mal não nos atinja duas vezes!
O neurocientista Iván Izquierdo
é referência mundial em memória e um dos cientistas mais respeitados do mundo.
Uma de suas obras, “A arte de esquecer”, mostra que cada um de nós é quem é
porque tem suas próprias memórias e aprender a distinguir o que devemos deixar
de lado e o que guardar é uma arte difícil. “É a sua memória que vai ajudar que
o mesmo mal não nos atinja duas vezes”, afirma.
Ao final da leitura da obra, que mostra que esquecer é também
arte, é possível compreender que esquecemos para poder pensar, esquecemos para
não enlouquecer e para poder conviver e sobreviver. Izquierdo defende que o
esquecimento é inevitável e necessário, que precisamos abrir espaço no cérebro
para novas memórias. “Somos também aquilo que decidimos esquecer”, afirma Izquierdo.
Uma entrevista com ele, que no conjunto de sua obra já recebeu mais de 10 mil
citações, sempre é enriquecedora. Dos 17 livros que publicou, 6 são de ficção e
de crônicas. O também contumaz leitor de Jorge Luís Borges afirma que ler é o
melhor exercício para a memória.
Por que esquecemos? Há razões para
justificar o esquecimento?
Esquecemos a maior parte do que
aprendemos. Por exemplo, ninguém se lembra de cada um dos minutos da tarde de
ontem; foram esquecidos e são irrecuperáveis. O principal mecanismo é a falta
de repetição das memórias, a falta de uso das sinapses, as atrofias, como
demonstrou John Eccles (Prêmio Nobel 1963) nos anos 50.
Do desenvolvimento da memória na criança, o
que muda com a idade?
Fundamentalmente o uso da linguagem. Difícil lembrar de
acontecimentos ainda que importantes (aprender a caminhar, falar) anteriores à
idade a partir da qual traduzimos tudo em linguagem (por volta dos 3 anos). A
partir daí tudo continua mais ou menos igual, mecanisticamente, só que cada vez
com maior conteúdo até a extrema velhice, na qual gravamos menos memórias e,
por morte neuronal, perdemos muitas.
Há memórias que queremos guardar, há
memórias que queremos extinguir. Isso é possível?
Sim.
É também possível que isso ocorra de forma
involuntária?
Geralmente ocorre de maneira involuntária.
O que explica pessoas que guardam mais as
memórias negativas ou tristes?
Sempre guardamos mais as memórias tristes ou ruins, por motivos
defensivos. Não queremos que o mesmo mal nos atinja duas vezes. Guardamos mais
as memórias adquiridas com mais alerta emocional. As situações de medo, perigo
ou desgraça costumam ser as de maior carga emocional.
Toda memória envolve emoção?
Sim. No
humano não existem momentos absolutamente não emocionais.
De que forma o uso constante das
novas tecnologias (celulares, facebook, Google…) afeta a memória?
Em geral, aumentam. Poupam nosso cérebro de dedicar muitas
sinapses a fazer memórias, que poderão ser encontradas nos “periféricos”
(celulares, google, etc).
Quais são os maiores fatores de risco para
a memória?
A depressão, o estresse, as doenças neurodegenerativas, o
álcool, outras drogas de abuso.
Muitos já devem ter lhe perguntado, mas que
práticas remetem à boa saúde da memória? Que exercícios podemos fazer
para manter a memória viva?
A leitura é o melhor exercício para praticar a memória. Nenhum
outro chega perto. Os atores e professores, membros das duas profissões em que
mais se lê, costumam ser os que melhor memória tem, até uma idade mais
avançada. Veja Paulo Autran, a Fernanda, Max Von Sydow, Christopher Plummer.
Como explicar que a perda de neurônios, em
idade avançada, não afetou a qualidade dos contos de Jorge Luís Borges ou ele
aprender inglês arcaico, já octogenário? Ou os quadros de Matisse, também em
idade avançada?
A memória começa a se perder por causa da idade geralmente mais
tarde do que os 80 anos, e alguns a perdem mais do que outros.
A memória pode incorporar ficção?
Sim, sem dúvida. Boa parte de nossas memórias são falsas em
parte.
Um de seus livros é “Silêncio, por favor”,
que trata o tema ruído sob várias perspectivas. Os bombardeios de diferentes
tipos de ruído aos quais estamos toda hora sendo submetidos afetam nossa
memória?
Podem afetá-la, mas muito menos do que pensa o grande público.
Borges, Matisse, Verdi, a Rainha Victoria e Deng Zhao-Ping sofreram tanto ruído
como os demais e não perderam a memória.
O que ainda o intriga para descobrir na
seara da memória?
A curiosidade é meu motor principal. Enquanto a tenho, seguirei
intrigado. De momento, ainda falta descobrir muitos mecanismos chaves das
memórias.
Pessoas de mais idade constantemente evocam
memórias da juventude. Elas predominam?
Borges disse que os velhos preferem se lembrar dos tempos da
felicidade, da juventude, em que namoravam, dançavam à noite toda, jogavam
bola, etc., e não dos tempos mais recentes em que os velhos têm mais perdas e
mais problemas de saúde para se lembrar (amigos que morreram, artrite, etc.).
O que o levou ao interesse pelo estudo do
sistema nervoso e da memória?
Os mistérios, a aventura.
Ter Alzheimer algum dia lhe preocupa?
A quem não lhe preocupa?
Lemos que seu pai desenvolveu, muito tarde,
é verdade, o Alzheimer. Como Izquierdo trabalhou a questão e como podemos da
melhor forma interagir com pessoas que sofrem da doença?
Com amor. Com muito amor, lembrando sempre dos bons momentos de
antigamente ou do mesmo dia, e deixando de lado os males, às vezes, tão
dramáticos, da doença atual.
Publicado na
edição 18 da revista Gente que Faz.
Fonte: https://gentequefaz.com/ivan-izquierdo-somos-aquilo-que-decidimos-esquecer/
Nos reflexos da natureza
podemos ver e sentir o vigor, a energia da mesma. São espelhos que retratam a
beleza e a magia do meio ambiente. Assim como nossos pensamentos que criam e
geram vibrações. Nossas ações são reflexos do que pensamos e sentimos.
Vivemos um momento de
muita angustia e medo, em decorrência de COVID-19. Muitas mudanças ocorreram em
nossas vidas. Alguns com maior capacidade de resiliência buscaram reinventarem-se,
outros mergulharam no medo e na defesa, ampliando suas armaduras e atados ás
mesmas permanecem.
Estar atento às
orientações para preservação da saúde, da vida é imprescindível, como também, ter
a consciência da responsabilidade em evitar a propagação do vírus. Naufragar no
apavoramento produzirá um encadeamento de ideias assustadoras que irão fomentar
muito sofrimento, podendo desencadear transtornos de ansiedade, depressão, síndrome
de pânico, etc.
Como na natureza, também refletimos
o que sentimos, diante deste quadro iremos irradiar energias, emoções densas
criando nuvens de temores ainda maiores.
O universo devolve o que recebe, portando estaremos contribuindo para a enfermidade
do planeta.
Temos que aprender a
administrar nossas emoções principalmente o medo, fortalecendo o nosso
potencial de superação, alimentando nossa mente com pensamentos de confiança,
fé e amor. Vibrando no afeto estaremos emanando amorosidade, elevando o nível vibracional,
robustecendo a esperança em dias melhores, aflorando os sentimentos de gratidão.
Gratidão pelos vínculos afetivos
que atuam como raízes e nos sustentam. Gratidão pela caminhada construída, pela
aprendizagem efetuada, pela generosidade da natureza, pelo esplendor do sol,
pela ternura da brisa, pelo perfume espargido pela poesia. Nas vibrações do
amor nos embalar e confiar na vida.
Claudete de Morais