CADA UM EM SUA BOLHA!!!!

Na janela do tempo, fico a descortinar, cenas de um passado,
Onde, às pessoas se reuniam, em busca da alegria.
A troca se fazia com palavras, afetos e desafetos. Era olho, no olho, sorrisos, abraços, sabores e dissabores. Era um borbulhar de emoções. Era gente, falando com gente.
Hoje as pessoas se reúnem, mas os olhos não procuram mais o olhar do outro, eles estão focados na tela do celular, do tablete, do computador.
O encontro é virtual, na rede social, com o outro que está distante. Tão distante está do outro, que fisicamente perto está.
As pessoas continuam reunidas ao redor da mesa, mas na sua maioria, cada uma em sua bolha, monitorando aparelhos de mais alta tecnologia. O espaço preferido é do wifi.
No divã do consultório, as queixas são constantes:   
Quero simplesmente conversar com minha família, mas não consigo. Eles não me escutam.
Na relação conjugal, o temor da traição, cria fantasmas e distanciamentos. Sobrou o metal da maquina e a solidão.
Neste padrão comportamental, deixam de olhar para seus acertos e desacertos, mergulhando compulsivamente no virtual. Viciadas estão por este tipo de comunicação.
Muitos benefícios são oferecidos pelo aprimoramento da tecnologia. Este avalanche de informações, muito nos enriquece, porém, não podemos ficar CIBERVICIADOS.
O vício é uma ação repetitiva, uma compulsão, que leva à dependência afetiva. Ao viciado, uma sequencia de prejuízos e sofrimentos se iniciam. A dependência afetiva deste mundo idealizado o alimenta, reforçando o desejo de cada vez mais, nele permanecer.
Do mundo real afastado está; de suas obrigações também, quando as cobranças em sua porta vão bater, o desejo é não ver, é refutar. Aflora a dificuldade de lidar com o mundo real, podendo desencadear transtornos emocionais.
Estamos sendo atropelados por estas bolhas invasoras, que geram muitos conflitos. Como profissional, tenho a pontuar:
Vamos nos reunir, interagir. Redescobrir o brilho do olhar, de quem perto está e da bolha fugir. Deixar a emoção borbulhar, na escuta ficar e conversar. Fortalecer os laços afetivos, Com o sorriso, a fisionomia iluminar, olhando no olho ao falar, Juntos compartilhar alegrias. Assumir as responsabilidades de nossas escolhas e de nosso viver.
Temos que aprender a fazer o uso adequado dos avanços tecnológicos, que visam à melhoria da qualidade de vida, pois indispensáveis hoje são. Porém não podemos entrar no vicio do mundo virtual, nos distanciando do realismo de nossas vidas.

Claudete de Morais
Psicóloga. CRP12/01167

Um comentário:

Psicologia Clínica- Claudete de Morais disse...

Realmente o artigo condiz com nossa realidade, infelizmente.
Hoje cada um fica em sua "bolha", sem dar mais atenção ao essencial: o relacionamento e a convivência.