Esta Sacola não é minha!

 

Esta Sacola não é minha!


No divã do consultório as queixas borbulham permeadas de ansiedade e temor,

A angústia na maioria das vezes está relacionada ao olhar crítico que o indivíduo tem de si mesmo. Como também o receio da cobrança do outro.

A tendência do ser é dar ao outro um poder que na verdade este não possui, porém o sentimento de ser julgado é mais forte. Não percebe que o outro é apenas o espelho do seu próprio “EU”, que está fragilizado pelo os sentimentos de medo, culpa e frustração.

No desejo de superar suas limitações, desvenda no processo psicoterapêutico que suas amarras estão estruturadas na sua dependência afetiva.

A dependência afetiva é geradora de ambivalência, de ser amado ou não, de ser bom ou não.

Entre o conflito do ego ideal e o real, aflora a necessidade de aplausos ganhar induzindo-o a buscar constantemente a aprovação, o reconhecimento como a validação de ser estimado. Para agradar e sentir-se valorizado a sacola do outro passa a carregar.

O crescimento do ser é cerceado, pelos fardos pesados que o mesmo conduz, o que irá provocar frustração. Frente aos seus desapontamentos brota o sentimento de culpa e revolta.

Ao mergulhar no mar das insatisfações puxa uma vez mais pelo chicote do autoflagelo e com ele faz justiça com suas próprias mãos. A tendência é outras sacolas de culpas catar para mais pesos carregar.

É chegado o momento de gritar, Basta...basta! Estas cargas não são minhas e romper com as amarras, libertando-se da dependência afetiva. Por certo um novo ser surgirá, descortinará seus talentos e em si mesmo confiará. A vida mais leve será se apenas suas sacolas carregar.

Claudete de Morais